quarta-feira, 27 de maio de 2009

Idolatria Minha - Parte 1

Dadá Figueiredo



Fui muito influenciado por esse cara, aliás, na minha adolescência não teve um surfista na minha área que não tenha sido...


Dadá Figueiredo era o mais radical surfista brasileiro, e de uma certa forma ainda é. Bebia, cheirava, capotava com o carro, ouvia punkrock antes dos filmes do Taylor Steele. Ele representava justamente o oposto do que caras como o Pedro Muller e o Renato Phebo eram, estes tinham postura de bons moços, certinhos, caretas, porém o Dadá era o contrário, vinha da zona norte do RJ, dirigia um fusca, ouvia Ratos de Porão, ou seja era o que eu curtia. Eu e mais um monte de gente, principalmente quem surfava no Recreio dos Bandeirantes em meados dos anos 80 até o começo dos anos 90. Essa galera sonhava com as pranchas shapeadas pelo Crivella e pelo próprio Dadá, usavam roupas da Redley (eu não, eu preferia camisas de bandas), frequentavam o recém-inaugurado Madureira Shopping (eu não ia, preferia andar de skate) e ouviam Midnight Oil (eu ouvia TSOL, Dead Kennedys e Agent Orange).
Dadá Figueiredo foi de certa forma importante na minha formação, apesar da legião de seguidores, ele era o diferente numa época que o Surf já caminhava para a massificação e uniformização. Talvez essa tenha sido a maior contribuição que o Dadá tenha deixado ao mundinho do Surf: a diferença.
Se liga no naipe do cara...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Minha surfista favorita tem 8 anos

No último domingo, na praia, fiquei impressionado com a quantidade de crianças com suas pranchas pra lá e pra cá. Quase sempre acessorados pelos seus pais, padrastos, irmãos mais velhos e mães.
O curioso dessa história é que não é que os interesses por brinquedos estejam mudando, as pranchas, skates e outros equipamentos radicais é que estão entrando nas listas de presentes do Papai Noel.
Passei a entender isso quando minha enteada, de 8 anos, vai para a praia comigo e se eu não a deixar dar uma caída com a minha prancha, o tempo fecha. Sinto que ela fica triste e o remédio para essa tristeza é o SURF.
Na última Semana Santa, o mar esteve com um tamanho e no inside havia bastante correnteza. Condições longe das ideais para ela surfar, daí eu vi que ela ficou chateada por não poder dar a remadinha dela. A fissura foi contornada de noite, quando a levamos para andar de skate. Sim, o presente que ela nos pediu de Dia das Crianças foi um skate.
Não sei se a minha visão de "quase pai" deforma a realidade, mas acho que ela leva o maior jeito, principalmente pelo estilo mais clássico, base fechadinha, bem longboard... Inclusive, eu acho que isso vem da sensibilidade que ela tem, pois como criança que é, é capaz de enxergar as coisas com uma sabedoria infantil que de me deixa desconcertado. Até quanto ao equipamento ela tem formada a sua preferência, ela gosta da minha fish 5´8 biquilha pois não se adaptou muito com a 6´1.
O legal dessa história toda, é que ela não está perdendo a sua infância, pois brinca como se não houvesse amanhã e mantém aquela aura inocente de uma verdadeira criança. Isso, inclusive, é uma coisa que a mãe dela e eu fazemos questão de conservar: a infância.